sábado, 19 de outubro de 2013

COMUNIDADE DO IMBUÍ BUSCA ESTRATÉGIAS DE PREVENÇÃO DA VIOLÊNCIA






O bairro do Imbuí apresenta diversos casos de violência em 2013: roubos de veículos, assaltos à mão armada, assassinatos, arrastões em lojas de shoppings e brigas em bares nos quiosques do canteiro central. Comerciantes, policiais, e moradores buscam soluções para combater e prevenir a criminalidade no bairro. A criação do Conselho de Segurança e a prática de panfletagens a favor da paz são algumas das ações preventivas já implantadas em 2013.
Estatísticas oficiais e os relatos dos moradores permitem estimar a ocorrência de cerca de 300 assaltos a pedestre a cada 20 km, no Imbuí e nos bairros vizinhos do Costa Azul e Stiep. Um dos alvos da bandidagem foi o Shopping Gaivota do Imbuí , segundo relata Josenilda Serra, cabelereira do Salão Villa 55. “Um dos piores casos que já houve no Imbuí foi, em abril de 2013, pois aqui no Shopping Gaivota, teve um arrastão, um assalto à joalheria, à agência do shopping, saquearam alguns funcionários e algumas lojas, foi um pânico terrível, eles saíram correndo, renderam os seguranças no banheiro, por conta disso, reforçou a segurança do shopping, deu uma melhorada, mais aqui a violência é muito frequente, roubo de carros, assalto a funcionários quando saem do trabalho.” O dono da joalheria Dudu Jóias, que foi vítima do arrastão, se abala ao comentar o assunto. Muitas pessoas têm medo de falar e expor o problema.
Ações dos moradores
Membros da filosofia Cultura Racional, adepta e defensora do racionalismo, realizaram no último dia 28 de setembro de 2013 panfletagem nas praças do bairro com o objetivo de divulgar e discutir as causas da violência . De acordo com Horacindo Cardoso, membro da filosofia que se baseia nos ensinamentos do livro Universo em Desencanto “o mundo só terá paz quando toda humanidade desenvolver o raciocínio. Todo mundo diz assim ah, morreu porque Deus quis, a violência é porque Deus quis, não existe isso, o mundo não está por conta de Deus e sim do deus homem. Temos que estudar e trabalhar para alimentar o deus homem”.
A Diretoria do Conselho de Segurança do bairro composta por moradores, comerciantes, representantes da Igreja, instituições de ensino, Polícias Militar e Civil tomou posse em 18 de julho de 2013. O Conselho, iniciativa do vereador Euvaldo Jorge, residente no bairro há 33 anos, serve como elo entre comunidade e órgãos competentes visando diminuir os índices de violência e assaltos. “Um dos motivos que ajudou a aumentar a violência no bairro foi o fim das barracas de praia da orla porque as pessoas de fora e de outros bairros passaram a frequentar as barracas do canal do Imbuí, mas o trabalho do Conselho de Segurança tem ajudado a diminuir os índices de violência” diz João Amaral, membro da Associação dos Moradores.
Policiamento
O Imbuí possui um módulo policial próximo ao canteiro central e um toldo para estacionamento de viatura na entrada do bairro pela Av. Paralela, que estão sem a presença de viaturas e policiais. A comerciante Josenilda Serra informa que a polícia não fica fixa no posto, apenas fazem ronda com a viatura. O major Jarbas Carvalho comandante da trigésima nona Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM/Imbuí) não foi encontrado até o fechamento desta edição para dar maiores esclarecimentos.

Os dois lados da tragédia em Ondina

Por: Yuri Pastori 


Os irmãos Emanuel Gomes Dias, 22 anos e Emanuele Gomes Dias, 21 anos morreram no último dia 11 de Outubro de 2013 quando a moto é que estavam se envolveu em um acidente, na Av. Oceânica em Ondina, com o veículo Sorrento dirigido pela médica Kátia Vargas Leal Ferreira, 45 anos. A tragédia provocou mudanças nas vidas das duas famílias envolvidas.
Testemunhas afirmam que Emanuel teria batido no vidro do Sorrento e houve uma discussão no trânsito, mas não se sabe bem sobre o motivo. Imagens de câmeras mostram o carro seguindo a moto em alta velocidade, após a colisão, os irmãos morrem ao se chocar com um poste.
A médica era tida pelos amigos e pessoas próximas como uma pessoa tranquila, atenciosa com seus pacientes e fazia trabalhos voluntários há mais de 7 anos para a entidade espírita Cidade da Luz do medium José Medrado. A família da oftalmologista vem sofrendo ameaças pelas redes sociais, sua carreira foi destruída, talvez até terá que mudar de cidade. A mãe dos irmãos, órfã dos filhos, jamais terá sua perda reparada. Emanuel e Emanuele tiveram seu futuro destruído.
A nossa sociedade é muito cruel. A opinião pública massacra a acusada sem mesmo ter passado ainda por um julgamento. O fato é que ela terá que pagar de alguma forma pela atitude que provocou o acidente, mas precisamos entender que qualquer um de nós poderíamos ter essa mesma atitude. Somos humanos e não infalíveis. A médica agiu pela emoção, alguns terapeutas falam em hipervigilância. Não sejamos hipócritas! Quantos de nós já tivemos nossos momentos de fúria no trânsito ou até em outras situações cotidianas?
A tragédia do acidente em Ondina nos leva há uma grande reflexão. O trânsito da nossa cidade necessita de mais tolerância dos nossos motoristas e nós precisamos entender que uma história tem sempre os dois lados. Que a justiça seja feita, que as famílias envolvidas consigam amenizar seus sofrimentos e que o equilíbrio seja sempre buscado por nós em todas as situações!