sábado, 4 de outubro de 2014



Homofobia é o tema da vez nas discussões políticas, religiosas e televisivas.

Por: Yuri Pastori

A homofobia e a tolerância nunca foram tão discutidas como no momento atual. A televisão através das novelas Amor à Vida, Em Família e Império da Rede Globo que têm como protagonistas, personagens gay, a campanha presidencial de 2014 e as discussões políticas e religiosas sobre o assunto aumentaram significativamente, principalmente nas redes sociais. Nos comentários das postagens sobre esses assuntos pode-se observar que o preconceito e a intolerância ainda são muito grandes.
Apelidos pejorativos, ódio aos homossexuais e ameaças são constantes na internet, apesar disso vê-se também pessoas que expõe a sua orientação sexual para quebrar preconceitos. Estas defendem a causa, denunciam e divulgam casos de violência e contribuem para o combate à homofobia. O estudante de Publicidade Jatel Vasconcelos é um exemplo, sofreu agressão física após sair de uma boate gay no bairro do Rio Vermelho em Salvador. O jovem prestou queixa na delegacia e expôs suas fotos com o resultado das agressões nas redes sociais para denunciar e defender o não preconceito.
Nos shoppings de Salvador e em faculdades, já é possível ver pessoas do mesmo sexo passearem de mãos dadas e até em shows de música casais homossexuais se beijarem e trocarem carícias, o que não ocorria em tempos atrás. Muitas vezes as reações dos presentes são de brigas e confusões, pois muita gente se choca com esta exposição, outras pessoas já se afastam e não querem ficar naquele ambiente e outras convivem sem problemas e acham bacana ou até nem ligam muito.
Muitos países, como o Brasil, avançaram nos reconhecimentos dos direitos civis de união estável entre pessoas do mesmo sexo e até ganhos de causa na área da saúde e previdência aconteceram. Já outros países há ainda muita intolerância. A Rússia, por exemplo, apesar de ter reconhecido a homossexualidade, desde 1993, possui leis que vão contra os direitos de liberdade de expressão dos LGBTs. Em Uganda, na África a homossexualidade é considerada crime.
O Brasil, segundo dados da AGLT- Associação dos Gays, Lésbicas e Transexuais tem uma média de 300 assassinatos por ano, cerca de um por dia. Um caso recente, João Antônio Donatti, jovem homossexual, foi morto em Inhumas, região metropolitana de Goiânia e teve braços e pernas quebrados. Após ter relações sexuais com a vítima, o assassino deixou um bilhete que dizia “Vamos acabar com esta praga”. Salvador é a cidade do Brasil com mais assassinatos de pessoas LGBTs segundo o Grupo Gay da Bahia. Esses dados e fatos mostram o quanto à intolerância existe.
Muitas vezes a homofobia é institucionalizada. O governo, as igrejas e a polícia alimentam essa intolerância. O deputado Jair Bolsonaro, os pastores Silas Malafaia e Marco Feliciano, por exemplo, incitam à homofobia em seus discursos. Muitos avanços ocorreram na nossa legislação a exemplo dos reconhecimentos dos direitos civis de pessoas do mesmo sexo com união estável pelo Supremo, mas os movimentos LGBTs ainda lutam pela criminalização da homofobia.
Na campanha presidencial os debates têm se intensificado sobre o tema. A candidata Marina Silva após ter divulgado seu programa de governo defendendo o casamento gay, voltou atrás e mudou o texto do programa após críticas do pastor evangélico Silas Malafaia. Após isso a candidata Dilma Rousseff, preocupada com o crescimento da adversária e numa tentativa de mostrar a contradição da candidata, defendeu o casamento de pessoas do mesmo sexo e a criminalização da homofobia. A questão moral das eleições deixou de ser o aborto e passou a ser a homofobia.
A prefeitura de Salvador irá criar o Centro de Referência da Diversidade até o fim do ano de 2014 e tem como objetivo defender a causa LGBT na cidade. No último fim de semana, Salvador sediou o maior encontro LGBT no Campo Grande, a décima terceira Parada Gay que reuniu cerca de 80 mil pessoas. Em países como Rússia e Uganda é inaceitável um encontro como esse, no entanto eventos desse porte são importantes no combate à intolerância aos homossexuais.


terça-feira, 25 de março de 2014

Os atrasos nas obras para a Copa 
e as prioridades do Brasil


Salvador, 10 de fevereiro de 2014.

Por: Yuri Pastori





Joseph Blatter, presidente da FIFA, no começo deste ano, declarou que o Brasil é o país com mais atrasos registrados desde que ele está na entidade, dentre os países que já sediaram a Copa do Mundo. Os atrasos foram constatados com as visitas do ministro da Aviação, Moreira Franco e pelo secretário geral da FIFA Jérome Valcke, aos aeroportos de Salvador e Fortaleza e à Arena da Baixada, em Curitiba, um dos estádios sede da Copa. Ambos registraram as suas preocupações com a lentidão das obras. Assim, o Brasil começa a ser questionado sobre sua capacidade de abrigar o grande evento do futebol mundial e a população indaga os governantes, se sediar os jogos era nossa prioridade.
Moreira Franco em visita a capital baiana, no  dia 20 de janeiro, reconheceu atraso nas obras do aeroporto de Salvador. Uma nova etapa da ampliação foi suspensa, pois não ficaria pronta até a Copa e também para evitar transtornos aos turistas e passageiros. Outros aeroportos brasileiros vistoriados pelo ministro como o de Fortaleza também preocupam.
Valcke, no  dia 22 de janeiro, visitou a Arena da Baixada e constatou lentidão nas obras. Isto tem exigido gastos extras do governo na corrida contra o tempo para que as arenas fiquem prontas antes dos jogos do mundial.  Em uma das visitas aos estádios , o ex-jogador Bebeto, membro do Conselho Administrativo do Comitê Organizador Local (COL) da Copa do Mundo de 2014 declarou “Todo mundo sabe que já está atrasado mesmo”. 
Os atrasos nas obras podem afetar diretamente as medidas de sustentabilidade dos estádios. O não cumprimento dos prazos, acaba reduzindo a prioridade com as questões ambientais e de acessibilidade, perante a necessidade de se concluir as obras com velocidade. A Arena Castelão, em Fortaleza foi o primeiro estádio inaugurado, em dezembro de 2012 foi o único a receber a Certificação Ambiental do Estádios, condição exigida pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico(BNDES).
Nas manifestações de Junho de 2013 os brasileiros foram às ruas contra os altos gastos públicos com a Copa do Mundo de 2014 e exigiram mais investimentos em saúde, educação, transporte e segurança. Os protestos questionaram sobre as prioridades do país com tantas desigualdades. A Suécia, por exemplo, recusou os Jogos Olímpicos de 2022 para evitar gastos públicos, seus governantes entenderam que há outras questões mais importantes para investirem. 

sábado, 19 de outubro de 2013

COMUNIDADE DO IMBUÍ BUSCA ESTRATÉGIAS DE PREVENÇÃO DA VIOLÊNCIA






O bairro do Imbuí apresenta diversos casos de violência em 2013: roubos de veículos, assaltos à mão armada, assassinatos, arrastões em lojas de shoppings e brigas em bares nos quiosques do canteiro central. Comerciantes, policiais, e moradores buscam soluções para combater e prevenir a criminalidade no bairro. A criação do Conselho de Segurança e a prática de panfletagens a favor da paz são algumas das ações preventivas já implantadas em 2013.
Estatísticas oficiais e os relatos dos moradores permitem estimar a ocorrência de cerca de 300 assaltos a pedestre a cada 20 km, no Imbuí e nos bairros vizinhos do Costa Azul e Stiep. Um dos alvos da bandidagem foi o Shopping Gaivota do Imbuí , segundo relata Josenilda Serra, cabelereira do Salão Villa 55. “Um dos piores casos que já houve no Imbuí foi, em abril de 2013, pois aqui no Shopping Gaivota, teve um arrastão, um assalto à joalheria, à agência do shopping, saquearam alguns funcionários e algumas lojas, foi um pânico terrível, eles saíram correndo, renderam os seguranças no banheiro, por conta disso, reforçou a segurança do shopping, deu uma melhorada, mais aqui a violência é muito frequente, roubo de carros, assalto a funcionários quando saem do trabalho.” O dono da joalheria Dudu Jóias, que foi vítima do arrastão, se abala ao comentar o assunto. Muitas pessoas têm medo de falar e expor o problema.
Ações dos moradores
Membros da filosofia Cultura Racional, adepta e defensora do racionalismo, realizaram no último dia 28 de setembro de 2013 panfletagem nas praças do bairro com o objetivo de divulgar e discutir as causas da violência . De acordo com Horacindo Cardoso, membro da filosofia que se baseia nos ensinamentos do livro Universo em Desencanto “o mundo só terá paz quando toda humanidade desenvolver o raciocínio. Todo mundo diz assim ah, morreu porque Deus quis, a violência é porque Deus quis, não existe isso, o mundo não está por conta de Deus e sim do deus homem. Temos que estudar e trabalhar para alimentar o deus homem”.
A Diretoria do Conselho de Segurança do bairro composta por moradores, comerciantes, representantes da Igreja, instituições de ensino, Polícias Militar e Civil tomou posse em 18 de julho de 2013. O Conselho, iniciativa do vereador Euvaldo Jorge, residente no bairro há 33 anos, serve como elo entre comunidade e órgãos competentes visando diminuir os índices de violência e assaltos. “Um dos motivos que ajudou a aumentar a violência no bairro foi o fim das barracas de praia da orla porque as pessoas de fora e de outros bairros passaram a frequentar as barracas do canal do Imbuí, mas o trabalho do Conselho de Segurança tem ajudado a diminuir os índices de violência” diz João Amaral, membro da Associação dos Moradores.
Policiamento
O Imbuí possui um módulo policial próximo ao canteiro central e um toldo para estacionamento de viatura na entrada do bairro pela Av. Paralela, que estão sem a presença de viaturas e policiais. A comerciante Josenilda Serra informa que a polícia não fica fixa no posto, apenas fazem ronda com a viatura. O major Jarbas Carvalho comandante da trigésima nona Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM/Imbuí) não foi encontrado até o fechamento desta edição para dar maiores esclarecimentos.

Os dois lados da tragédia em Ondina

Por: Yuri Pastori 


Os irmãos Emanuel Gomes Dias, 22 anos e Emanuele Gomes Dias, 21 anos morreram no último dia 11 de Outubro de 2013 quando a moto é que estavam se envolveu em um acidente, na Av. Oceânica em Ondina, com o veículo Sorrento dirigido pela médica Kátia Vargas Leal Ferreira, 45 anos. A tragédia provocou mudanças nas vidas das duas famílias envolvidas.
Testemunhas afirmam que Emanuel teria batido no vidro do Sorrento e houve uma discussão no trânsito, mas não se sabe bem sobre o motivo. Imagens de câmeras mostram o carro seguindo a moto em alta velocidade, após a colisão, os irmãos morrem ao se chocar com um poste.
A médica era tida pelos amigos e pessoas próximas como uma pessoa tranquila, atenciosa com seus pacientes e fazia trabalhos voluntários há mais de 7 anos para a entidade espírita Cidade da Luz do medium José Medrado. A família da oftalmologista vem sofrendo ameaças pelas redes sociais, sua carreira foi destruída, talvez até terá que mudar de cidade. A mãe dos irmãos, órfã dos filhos, jamais terá sua perda reparada. Emanuel e Emanuele tiveram seu futuro destruído.
A nossa sociedade é muito cruel. A opinião pública massacra a acusada sem mesmo ter passado ainda por um julgamento. O fato é que ela terá que pagar de alguma forma pela atitude que provocou o acidente, mas precisamos entender que qualquer um de nós poderíamos ter essa mesma atitude. Somos humanos e não infalíveis. A médica agiu pela emoção, alguns terapeutas falam em hipervigilância. Não sejamos hipócritas! Quantos de nós já tivemos nossos momentos de fúria no trânsito ou até em outras situações cotidianas?
A tragédia do acidente em Ondina nos leva há uma grande reflexão. O trânsito da nossa cidade necessita de mais tolerância dos nossos motoristas e nós precisamos entender que uma história tem sempre os dois lados. Que a justiça seja feita, que as famílias envolvidas consigam amenizar seus sofrimentos e que o equilíbrio seja sempre buscado por nós em todas as situações!


sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Minha primeira notícia

Formação do Jornalista foi alvo de debate.
Estácio-FIB promoveu aos alunos do curso de Comunicação Social um panorama sobre as dificuldades do mercado e a função social que a profissão oferece.

O tema “Jornalismo e Educação” foi discutido em um debate ocorrido na última terça-feira 10 de setembro de 2013 no auditório da Estácio-FIB. O evento, organizado pela coordenadora do curso de Jornalismo do centro universitário, Antoniella Devanier, para alunos e profissionais de Comunicação Social, contou com a presença dos jornalistas Marjorie Moura, presidente do SINJORBA-Sindicato dos Jornalistas da Bahia e repórter do jornal A Tarde; Chico Araújo, idealizador do portal de notícias Diga Bahia e do Web designer André Bertotti, diretor da empresa Florindomundo,  produtor do documentário “ Desenvolvimento Comunitário Integrativo”.
O documentário foi apresentado e após a sua exibição, Bertotti explanou o processo de produção.  O trabalho mostra um método terapêutico originado de comunidades indígenas do México. O produtor ressaltou aos presentes a sua inspiração e espírito empreendedor para a produção de vídeos mesmo não sendo comunicador de formação. “Comecei a filmar minha família em casa sem pretensões, me inspirei em filmes, vejo os planos e enquadramentos e vou testando.”
Marjorie focou na formação do Jornalista. Destacou a importância da formação acadêmica, da leitura para ganhar “bagagem” cultural e da ética e honestidade na atuação profissional.  Mostrou as dificuldades do mercado de trabalho e da necessidade do profissional não deixar que interesses da empresa a qual trabalha modifiquem o conteúdo das reportagens. “Jornalista tem que ter coragem, ser ético e não deixar que seu trabalho sofra interferências de interesses maiores”.
Chico Araújo destacou a importância da função social e educativa do Jornalismo em televisão aberta. “A TV Globo através da fundação Roberto Marinho, embora haja interesses comerciais como em todo negócio, foi a primeira rede que abordou o tema cidadania através de vários programas da sua grade como Globo Ecologia, Telecurso 2000, Globo Cidadania”. Para ele Jornalismo deve estar sempre associado à temática social e educacional.

Antes e ao longo do evento, como atividades propostas pelos professores do curso de Comunicação Social, muitos alunos praticaram a fotografia, desenvolveram pautas e entrevistas para produzirem uma notícia, o que mostra a importância da integração entre a teoria e prática jornalística exigida pelo mercado de trabalho. 

No meio do caminho tem uma pedra, mas eu não desisto!


Texto: Yuri Pastori

Não existe caminho sem dificuldade. O poeta Drummond já dizia " Tinha uma pedra no meio do caminho, no meio do caminho tinha uma pedra..."  O que importa não é o obstáculo, mas sim a forma como enxergamos o momento.
O perdedor vê na dificuldade um empecilho para a conquista dos seus objetivos. O vencedor enxerga na dificuldade uma oportunidade de aprender e fazer melhor.
Um vencedor jamais desiste do seu objetivo e com a cabeça erguida sabe que mais à frente a vitória chega.
Diga " No meio do caminho tem uma pedra, mas eu não desisto!"


Salvador sustentável.



Texto: Yuri Pastori

Como incentivo a melhoria da mobilidade urbana a prefeitura em parceria com o Itaú está implantando o sistema de compartilhamento de bicicletas em vários pontos da cidade.
Boa iniciativa e necessária o " Salvador vai de bike". Mostra também uma busca de conscientização das pessoas quanto à sustentabilidade. Que essa moda pegue!