terça-feira, 25 de março de 2014

Os atrasos nas obras para a Copa 
e as prioridades do Brasil


Salvador, 10 de fevereiro de 2014.

Por: Yuri Pastori





Joseph Blatter, presidente da FIFA, no começo deste ano, declarou que o Brasil é o país com mais atrasos registrados desde que ele está na entidade, dentre os países que já sediaram a Copa do Mundo. Os atrasos foram constatados com as visitas do ministro da Aviação, Moreira Franco e pelo secretário geral da FIFA Jérome Valcke, aos aeroportos de Salvador e Fortaleza e à Arena da Baixada, em Curitiba, um dos estádios sede da Copa. Ambos registraram as suas preocupações com a lentidão das obras. Assim, o Brasil começa a ser questionado sobre sua capacidade de abrigar o grande evento do futebol mundial e a população indaga os governantes, se sediar os jogos era nossa prioridade.
Moreira Franco em visita a capital baiana, no  dia 20 de janeiro, reconheceu atraso nas obras do aeroporto de Salvador. Uma nova etapa da ampliação foi suspensa, pois não ficaria pronta até a Copa e também para evitar transtornos aos turistas e passageiros. Outros aeroportos brasileiros vistoriados pelo ministro como o de Fortaleza também preocupam.
Valcke, no  dia 22 de janeiro, visitou a Arena da Baixada e constatou lentidão nas obras. Isto tem exigido gastos extras do governo na corrida contra o tempo para que as arenas fiquem prontas antes dos jogos do mundial.  Em uma das visitas aos estádios , o ex-jogador Bebeto, membro do Conselho Administrativo do Comitê Organizador Local (COL) da Copa do Mundo de 2014 declarou “Todo mundo sabe que já está atrasado mesmo”. 
Os atrasos nas obras podem afetar diretamente as medidas de sustentabilidade dos estádios. O não cumprimento dos prazos, acaba reduzindo a prioridade com as questões ambientais e de acessibilidade, perante a necessidade de se concluir as obras com velocidade. A Arena Castelão, em Fortaleza foi o primeiro estádio inaugurado, em dezembro de 2012 foi o único a receber a Certificação Ambiental do Estádios, condição exigida pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico(BNDES).
Nas manifestações de Junho de 2013 os brasileiros foram às ruas contra os altos gastos públicos com a Copa do Mundo de 2014 e exigiram mais investimentos em saúde, educação, transporte e segurança. Os protestos questionaram sobre as prioridades do país com tantas desigualdades. A Suécia, por exemplo, recusou os Jogos Olímpicos de 2022 para evitar gastos públicos, seus governantes entenderam que há outras questões mais importantes para investirem. 

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